terça-feira, 25 de novembro de 2008

Santa Cruz Cabrália, Bahia - 24 de novembro

Exatamente onde Cabral aportou no Brasil e foi rezada a primeira missa há 508 anos, foi o cenário da minha visita na comunidade indígena Pataxó. A comunidade é composta de mais de 3 mil famílias que vivem em casas simples com fossa e esgoto. Existe um corredor de comércio indígena que recebe turistas de toda parte do mundo e que foi construído com apoio da Funai e do Prodetur. Os visitantes costumam chamar esse comércio de “Patashopping”. Muitas crianças correm por todo lugar, vestidos de índios ou não, alguns vendendo colares e enfeites, e todos com forte identidade.
Fui recebida por Loro, administrador da comunidade Pataxó, por Nero, um dos responsáveis pelas danças e jogos indígenas, por João Araponga e por Raimunda, coordenadora da Escola Municipal Indígena.
A visita começou no local onde, se contemplado, será realizado o projeto. Está vinculado à escola indígena, que além do currículo formal proposto pelo MEC, ensinam as tradições e a língua Patxorã.
O Professor Pedro dava aula de movimentação corporal a partir de uma estória de natureza que envolvia abelhas e caçadores como motivação.
Visitei as salas de aula e em uma delas assistiam a um DVD com fotos dos esportes praticados pelos adultos.
Antes de clicar, tenho o cuidado de me apresentar e dizer porque estou ali. Com o processo da camara digital os meninos ficam malucos para se verem. O projeto apresentado propõe o fortalecimento da identidade dos Pataxós, através da realização, pela primeira vez, dos JOGOS INDÍGENAS PATAXÓ ENTRE AS CRIANÇAS, vinculadas à escola, atingindo diretamente 200 alunos nos esportes e mais de 600 que acompanharão as apresentações com cantos e adornos indígenas. Além disso, a apresentação será aberta para toda a comunidade, turistas, sendo que os jogos adultos acontecem há 9 anos.
Toda a comunidade, assim como a escola, está situada à beira da BR que liga Porto Seguro a Santa Cruz Cabrália, seguindo até Belmonte. Esses três municípios compõem a Costa do Descobrimento. Há um grande movimento nessa estrada, não só por ser a principal via de acesso dos moradores mas como também de ônibus de turismo, e transportes de cargas que tendem o litoral norte.
Em função de tanta proximidade com o meio urbano, o projeto ressalta a importância desse evento para fortalecer a tradição Pataxó.
Ainda propõe a recuperação do campo de futebol da escola e aquisição e construção de equipamentos esportivos culminando com uma grande apresentação próximo à semana do índio que acontecerá 19 de abril.
Depois dessa semana, um grupo de crianças participantes dos Jogos visitarão as escolas públicas municipais apresentando os esportes indígenas e suas estórias, vestidos conforme a tradição. Ao final dessa etapa, pretendem montar uma exposição com o material esportivo e fotos dos acontecimentos. Estou escrevendo no avião, rumo à Maceió e ainda colocarei mais fotos...

Indio Araponga



As fotos abaixo foram feitas pelo Indio Araponga, quando da visita de Roque Antonio Soares Junior, representante da Fundação Nestlé Brasil à Aldeia e a Escola Indigena Pataxó. Durante esta visita um grupo fez uma apresentação das danças e cantos.

Da esquerda para a direita : Indio Loro, Roque, Ana Carolina (coordenadora do projeto inscrito), Kelly Cristina (presidente da Associação) acompanhada do marido e do filho, Sidrack, historiador e diretor do Arquivo Municipal de Santa Cruz Cabrália e Dario, assessor do projeto

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