quinta-feira, 13 de novembro de 2008

Soure, Ilha de Marajó - 12 de novembro

O dia começou cedo: 4 da matina
Rosana Padial foi de barco, pois não tinha mais lugar no vôo, um bimotor de 9 lugares pilotado pelo experiente capital Ronaldo. 45 min até Soure, uma cidade na Ilha de Marajó, fui batendo com papo com minha vizinha de assento Carmen Sisnando que desenvolve projetos na área de saúde para a Secretaria Municipal de Saúde de Portel, próxima a Soure. Conhece a região como a palma da mão e já estou convite para revisitar este paraíso com olhos de quem conhece. Estou vendo que viajar pode ser uma constante sala de visitas com historias de vida diferentes e ricas.
Encontrei logo com Carlos Gondin responsável pelo projeto e presidente da Ong Grupo de Ação Ecológica Novos Curupiras, instituição com 15 anos de trabalho no Pará. Ele me apresentou a cidade com ruas largas e crianças indo para escola utilizando caderno na cabeça para se protegerem do sol. Fomos ate a área do projeto na comunidade de Tucumanduba. As casas são cobertas com palhas de Inaja e construídas em sapê com buracos convidativos a barbeiros. Um cenário para um “film comission”. Visitei uma delas onde o caranguejeiro Sr. Edivaldo me apresentou toda a família trabalhando com Guruci, uma frutinha cheirosa que dá um suco delicioso. Os búfalos são criados na ilha e importantes carregadores do lixo local, grandes e assustados, mas mais tranqüilos que os bois. O projeto Alternavida propõe “o alcance de sustentabilidade ambiental e econômica do local a partir da implantação e funcionamento de um agro ecossistema na horta comunitária de Tucumanduba”. Duas mulheres da comunidade, Edilea e Coracia da Silva já cuidam de uma pequena horta semente do projeto apresentado. A maior parte delas é casada com caranguejeiros e acompanhei três deles nessa aventura. Entram no mangue com repelente forte em todo corpo inclusive na cabeça. Consegui me posicionar bem para estas tomadas. Eles entram no meio das galhas, e depois de abrir um buraco na lama enfiam o braço até quase encostar o rosto no chão. Contaram que vendem cada caranguejo a R$ 0,50. A área para o projeto é grande e no entorno tudo muito seco, as plantas verdinhas cultivadas são um contraste absoluto com a seca no lugar esta época do ano, mas no local do projeto conseguiram um ótimo poço artesiano. Fiz muitas fotos e coloco algumas aqui incluindo meu retorno no vôo quando começou a chover. Valeu Soure ! Qualquer dia volto para te conhecer melhor.



















































































































2 comentários:

Unknown disse...

Sandra
Que privilégio essa sua profissão, esse lugar é fantástico.
Marisa Cruz
Jaboatão/PE

O Blog do Gondim disse...

Olá Cláudia,
Desculpa a demora, mas só agora estou me familiarizando com esse tal de blog...
Cara, aprendi com a Rosana que a sombra pode ser gorda ou magra! E, claro, nesse quesito prefiro as gordas... sombras das frondosas mangueiras das ruas centrais de Soure. Também quero dar o meu depoimento com as imagens que fizestes dos demais projetos: Cara, eu sou feliz! Vejo que tem muitas outras pessoas e situações tanto ou mais dramáticas que a nossa!!! É essa a grande sacada de nossa passagem por este planeta!Tô te aguardando e a Rosana (ou será Rossana?) também para degustarmos um caldo de turu em uma das gordas sombras daqui! Sejam felizes e muito obrigado!